Ethereum: Dois anos após o The Merge, desempenho fica 44% abaixo do Bitcoin

Apesar das melhorias trazidas pelo The Merge, o Ethereum enfrenta desafios significativos, registrando uma queda de 44% em relação ao Bitcoin.

Alex Bit
Por Alex Bit 7 min de leitura
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Em setembro de 2022, a comunidade de criptomoedas aguardava ansiosamente a transição do Ethereum para um modelo de prova de participação (PoS), movimento conhecido como “The Merge”.

Na época, o evento foi celebrado como uma evolução fundamental para a rede, prometendo maior eficiência energética, melhorias de escalabilidade e uma perspectiva de aumento no valor da criptomoeda.

No entanto, dois anos após essa mudança, o Ethereum (ETH) tem enfrentado dificuldades para acompanhar o Bitcoin (BTC) no mercado.

Segundo dados da Cryptoquant, o Ethereum apresentou um desempenho 44% inferior ao Bitcoin desde o The Merge, com o par ETH/BTC atingindo seu nível mais baixo desde abril de 2021, sugerindo uma perda significativa de terreno em relação à maior criptomoeda do mundo.

Desempenho pós The Merge

Desde sua implementação em setembro de 2022, o Ethereum passou por grandes mudanças estruturais. A transição para o PoS visava reduzir o consumo de energia em até 99,95% e resolver problemas relacionados à segurança e à escalabilidade da rede.

Além disso, esperava-se que as melhorias no sistema impulsionassem o preço do token ETH, atraindo novos investidores. Contudo, o cenário observado nos dois anos seguintes à mudança não foi o esperado.

De acordo com o relatório da Cryptoquant, o Ethereum tem lutado para acompanhar o crescimento do Bitcoin, especialmente em termos de valorização no mercado.

Desde a fusão, o ETH/BTC tem caído constantemente, alcançando em 2024 a taxa de 0,0425, a mais baixa em mais de três anos.

Este declínio é surpreendente, dado que, além do The Merge, a aprovação de fundos de índice (ETFs) de Ethereum em 2024 também deveria servir como um catalisador positivo para a moeda.

Desafios enfrentados pelo Ethereum

Um dos principais motivos apontados para a fraca performance do Ethereum em relação ao Bitcoin é a diminuição na atividade da rede.

Após a implementação do upgrade “Dencun”, projetado para reduzir os custos de transação, houve uma queda significativa nas taxas de transação geradas pela rede Ethereum, o que reduziu a receita para os validadores e afetou o entusiasmo em torno da criptomoeda.

Além disso, o número de transações na rede caiu drasticamente.

Em junho de 2021, o Ethereum alcançou um pico de 27 transações por segundo, mas em 2024, esse número caiu para 11, um dos níveis mais baixos desde julho de 2020.

Em contraste, o Bitcoin tem registrado um aumento expressivo na atividade, impulsionado por inovações como inscrições e runes, além de soluções de segunda camada (L2), que melhoraram a escalabilidade e atraíram maior interesse na rede.

Aumento da oferta de ETH

Outro ponto destacado pela pesquisa da Cryptoquant é a dinâmica de oferta do Ethereum. Após o The Merge, o ETH entrou em uma tendência deflacionária, com a expectativa de que o fornecimento total de tokens diminuísse ao longo do tempo.

No entanto, desde abril de 2024, o fornecimento de ETH aumentou de forma constante, atingindo 120,323 milhões de tokens.

Esse crescimento na oferta contraria as previsões iniciais e pode estar prejudicando o desempenho do Ethereum no mercado.

Com a oferta em expansão e a demanda por transações em queda, o valor do ETH tem sido impactado negativamente.

Os analistas da Cryptoquant sugerem que o ETH precisaria cair ainda mais – até 50% em relação ao seu valor atual – para ser considerado subvalorizado em relação ao Bitcoin.

Bitcoin em alta: maior adoção e inovações

Enquanto o Ethereum enfrenta desafios, o Bitcoin continua a se destacar no mercado de criptomoedas. Em 2024, a rede Bitcoin alcançou um recorde de transações, em grande parte devido à adoção de novas tecnologias e soluções.

As camadas de segunda solução, como a Lightning Network, têm contribuído para a escalabilidade da rede, permitindo maior número de transações e fortalecendo a adoção do Bitcoin como meio de pagamento e reserva de valor.

Além disso, as chamadas “inscrições” e “runes”, novas formas de interagir com a blockchain do Bitcoin, têm aumentado o interesse na rede, criando novas oportunidades para desenvolvedores e investidores.

Este aumento na atividade na rede Bitcoin, combinado com sua posição de liderança como a criptomoeda mais valiosa, tem mantido o BTC em uma posição privilegiada no mercado, deixando o Ethereum para trás.

O futuro do Ethereum

Apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos dois anos, o Ethereum ainda é uma das principais criptomoedas do mundo e continua a ser amplamente utilizado em diversas aplicações, principalmente no setor de finanças descentralizadas (DeFi) e na criação de contratos inteligentes.

No entanto, para retomar seu crescimento e melhorar seu desempenho em relação ao Bitcoin, será necessário abordar questões como a redução da oferta de tokens, o aumento da atividade na rede e o incentivo a novos desenvolvimentos que possam trazer inovação para a plataforma.

Conclusão

Dois anos após o The Merge, o Ethereum se encontra em um momento delicado. Embora tenha feito avanços significativos em termos de eficiência energética e segurança, sua performance de mercado ficou aquém das expectativas, especialmente quando comparada ao Bitcoin.

A queda nas transações e a expansão da oferta de tokens são fatores que pressionam a criptomoeda, enquanto o Bitcoin continua a inovar e expandir sua base de usuários.

O futuro do Ethereum dependerá de como a comunidade e os desenvolvedores abordarão esses desafios nos próximos anos.

Se a rede conseguir solucionar suas limitações e estimular uma maior demanda por sua plataforma, o Ethereum ainda poderá reconquistar o terreno perdido.

O que você acha do futuro do Ethereum? Deixe seus comentários abaixo e participe da discussão sobre o futuro dessa criptomoeda.

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