O crescimento das stablecoins: do mercado cripto ao varejo global

O avanço das stablecoins: como moedas digitais estáveis estão revolucionando o comércio global e desafiando métodos tradicionais de pagamento.

Alex Bit
Por Alex Bit 7 min de leitura
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Nos últimos anos, as stablecoins se consolidaram como um dos pilares do mercado de criptomoedas, oferecendo uma alternativa estável e segura para negociações.

Ao contrário de outras criptos, como o Bitcoin, as stablecoins mantêm um valor estável atrelado a moedas fiduciárias, como o dólar americano, o que as torna um ativo menos volátil.

Entretanto, o uso dessas moedas digitais vai muito além das trocas cripto, demonstrando grande potencial em diversos setores econômicos, desde a proteção contra a inflação até a concorrência direta com sistemas de pagamento tradicionais.

Stablecoins no mercado cripto: o caso da Tether (USDT)

Criadas para facilitar a negociação de Bitcoin e outras criptomoedas, as stablecoins rapidamente se tornaram indispensáveis para investidores e corretoras.

Um dos maiores exemplos desse sucesso é a Tether (USDT), que domina o volume de negociações em exchanges, superando até mesmo Bitcoin e Ethereum somados.

Com um valor de mercado que ultrapassa os US$ 118 bilhões, a Tether mantém sua posição como líder absoluta no setor.

O sucesso da Tether, no entanto, não se deve apenas à sua popularidade entre traders de criptomoedas.

Em 2023, a empresa divulgou um lucro de R$ 3,6 bilhões em um único trimestre, resultado do investimento de grande parte de seu lastro em títulos do Tesouro americano, considerados um dos investimentos mais seguros do mundo.

O crescimento da Tether, operando com menos de 50 funcionários, reforça a ideia de que as stablecoins não apenas têm utilidade no mercado cripto, mas também podem ser altamente lucrativas para as empresas que as emitem.

A expansão para outros mercados

Apesar de seu sucesso inquestionável no setor de criptomoedas, as stablecoins estão cada vez mais atraindo a atenção de grandes empresas e até mesmo governos.

Isso porque elas podem oferecer soluções para problemas financeiros em diversos contextos, como proteção contra a inflação e pagamentos digitais.

Um exemplo claro é a Argentina, onde a inflação constante faz com que muitos cidadãos busquem formas de proteger seu patrimônio.

Nesse cenário, stablecoins atreladas ao dólar se tornaram uma alternativa viável para preservar valor, servindo como uma “moeda digital de reserva” para evitar perdas devido à desvalorização da moeda local.

Além disso, enquanto muitos países ainda não lançaram suas CBDCs (moedas digitais de banco central), as stablecoins já estão suprindo a demanda por transações transfronteiriças rápidas e de baixo custo.

Esse é um dos motivos pelos quais grandes empresas tradicionais, como PayPal e Mercado Livre, estão entrando no setor.

PayPal e Mercado Livre: as stablecoins no comércio digital

Entre as empresas tradicionais que estão explorando o potencial das stablecoins, a PayPal foi uma das pioneiras ao lançar sua stablecoin, a PYUSD, há pouco mais de um ano.

O sucesso foi imediato: o valor de mercado da PYUSD já ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão. Com a força que a PayPal tem no comércio digital, há uma clara tendência de que essa stablecoin vá além do uso em corretoras e comece a ser adotada como forma de pagamento em larga escala.

Seguindo essa mesma linha, o Mercado Livre, uma das maiores plataformas de e-commerce da América Latina, anunciou recentemente sua própria stablecoin, chamada Meli Dólar, disponível no aplicativo Mercado Pago.

Anteriormente, apenas o Pax Dollar (USDP) estava disponível para os usuários da plataforma. A entrada do Mercado Livre nesse segmento sinaliza que as stablecoins têm o potencial de concorrer diretamente com métodos de pagamento tradicionais, como cartões de crédito e débito, ao oferecerem transações mais rápidas e com menores taxas.

Stablecoins e governos: o caso de Wyoming

Até mesmo governos estão reconhecendo o potencial das stablecoins. Um exemplo recente é o estado americano de Wyoming, que lançou sua própria moeda digital, o Wyoming Stable Token (WYST).

O objetivo é utilizar os lucros gerados pelas stablecoins para beneficiar a população local. Essa iniciativa pode inspirar outros estados e países a explorarem o uso de moedas digitais para fomentar a economia local e oferecer novas formas de pagamento aos cidadãos.

Stablecoins lastreadas em outros ativos: diversificação e inovação

Embora a maioria das stablecoins seja atrelada ao dólar americano, há uma crescente diversificação no setor.

Algumas empresas começaram a emitir stablecoins lastreadas em ouro, euro, yuan e outras moedas.

Essa tendência é um indicativo claro da evolução do mercado de stablecoins, que busca oferecer uma gama mais ampla de opções para diferentes tipos de investidores e usuários, ampliando ainda mais o alcance dessas moedas digitais.

Conclusão

As stablecoins estão saindo do nicho das criptomoedas e se expandindo para novos mercados, oferecendo soluções viáveis para problemas como inflação, transações internacionais e pagamentos no varejo.

Com o interesse crescente de grandes empresas, como PayPal e Mercado Livre, e até mesmo de governos, como o de Wyoming, o futuro das stablecoins parece promissor.

Além disso, a diversificação de stablecoins lastreadas em diferentes ativos mostra que o setor está em constante evolução, buscando atender a uma demanda cada vez maior por estabilidade e inovação no mundo financeiro.

Para desenvolvedores, empresários e entusiastas de tecnologia, vale a pena ficar de olho no crescimento dessas moedas digitais, pois elas podem representar o futuro dos pagamentos e das transações financeiras globais.

O que você acha do uso de stablecoins fora do mercado cripto? Acha que elas podem substituir métodos de pagamento tradicionais no varejo? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias!

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