CNJ e ABCRIPTO fecham acordo para acelerar apreensão de criptomoedas no Brasil

Acordo entre CNJ e ABCRIPTO visa acelerar a apreensão de criptomoedas no Brasil, integrando corretoras ao sistema do Judiciário para maior eficiência.

Alex Bit
Por Alex Bit 8 min de leitura
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Foto de KATRIN BOLOVTSOVA

Em uma medida inovadora, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCRIPTO) firmaram um acordo que promete acelerar o processo de apreensão de bitcoins e outras criptomoedas em corretoras brasileiras.

O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) CNJ n. 133/2024 foi anunciado no dia 3 de setembro de 2024 e tem vigência inicial de cinco anos, com possibilidade de prorrogação.

Esse acordo representa um avanço significativo no tratamento de criptoativos pelo Poder Judiciário brasileiro, principalmente no que diz respeito à integração das corretoras ao sistema judiciário para facilitar a tramitação de ordens de apreensão e outras demandas judiciais envolvendo criptomoedas.

O que é o Acordo de Cooperação Técnica CNJ n. 133/2024?

O acordo celebrado entre o CNJ e a ABCRIPTO tem como objetivo integrar as corretoras de criptomoedas ao Sistema Brasileiro de Interligação do Mercado de Criptomoedas, Criptoativos e Ativos Digitais ao Poder Judiciário.

Esse sistema, em fase de desenvolvimento, busca interligar as corretoras, conhecidas como Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (PSAVs), diretamente com o Poder Judiciário, facilitando a execução de ordens judiciais, como apreensões de criptomoedas.

Com a assinatura do ministro Luís Roberto Barroso, representando o CNJ, e Bernardo Srur, da ABCRIPTO, o acordo também estabelece que as corretoras deverão se cadastrar no sistema a partir de setembro de 2024.

Isso permitirá que o Judiciário tenha acesso mais rápido e eficiente às informações e aos criptoativos vinculados a investigações, ações judiciais ou processos de execução.

Como o sistema funcionará?

O Sistema Brasileiro de Interligação do Mercado de Criptomoedas, Criptoativos e Ativos Digitais ao Poder Judiciário será implementado em módulos, cada um com funcionalidades específicas para aprimorar a relação entre o mercado cripto e o Judiciário.

A partir de setembro de 2024, será lançada uma versão beta do sistema, permitindo que um grupo de corretoras selecionadas possa testar e se adaptar ao novo formato de comunicação direta com o CNJ.

Em paralelo, o sistema será integrado à Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro (PDPJ-Br), aumentando a transparência e agilidade no processamento de ordens relacionadas a criptoativos.

O sistema será composto por três módulos principais:

  1. Módulo Ofícios (2024): Facilitará a tramitação de ofícios entre o Judiciário e as corretoras de criptomoedas.
  2. Módulo Custódia (2025): Permitirá a custódia dos criptoativos apreendidos em processos judiciais.
  3. Módulo Liquidação (2026): Permitirá que juízes realizem a liquidação de criptomoedas, similar ao que já ocorre no Sisbajud com outros ativos financeiros.

Esses módulos visam tornar o processo mais rápido e seguro, garantindo que os criptoativos sejam devidamente apreendidos e geridos em conformidade com as decisões judiciais.

Implicações para as corretoras e o mercado de criptomoedas

O acordo afeta diretamente as corretoras de criptomoedas no Brasil, que deverão se cadastrar no sistema para garantir conformidade com as novas regras.

Empresas associadas à ABCRIPTO, como Bitso, Coinext, Ripple, Foxbit, NovaDAX e várias outras, serão obrigadas a participar do novo sistema, o que pode gerar um aumento na transparência e no controle sobre as operações com criptoativos.

Essa integração obrigatória pode trazer mais segurança jurídica ao mercado, uma vez que facilita a ação do Judiciário em casos de fraude, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e outros crimes relacionados ao uso de criptomoedas.

Ao mesmo tempo, as corretoras poderão se adaptar às novas demandas legais com apoio do CNJ e da ABCRIPTO, que oferecerão materiais de suporte, como manuais e vídeos tutoriais, a partir de outubro de 2024.

Avanços e próximos passos

Além de garantir o cumprimento das ordens judiciais, o acordo visa aprimorar a cooperação entre o mercado cripto e o Judiciário brasileiro.

A longo prazo, o CNJ planeja realizar estudos para o desenvolvimento de novas funcionalidades no sistema, além de promover ações educacionais que disseminem conhecimento sobre a interseção entre o mercado cripto e o sistema legal.

Até julho de 2025, o módulo de custódia será integrado ao sistema, permitindo a retenção segura de criptomoedas apreendidas.

E, em janeiro de 2026, será lançado o módulo de liquidação, que permitirá aos juízes liquidar os criptoativos diretamente, facilitando o cumprimento de sentenças judiciais que envolvam esses ativos.

Impactos para o futuro da criptoeconomia no Brasil

A assinatura deste acordo representa um marco importante para a regulação e supervisão do mercado de criptomoedas no Brasil.

A cooperação entre o CNJ e a ABCRIPTO não apenas fortalece o combate a atividades ilícitas, como também cria um ambiente mais regulado e seguro para os participantes do mercado.

Para as corretoras, a exigência de cadastro no sistema pode aumentar a carga regulatória, mas também traz maior credibilidade ao setor.

Já para o Poder Judiciário, a criação de um sistema robusto e eficiente para lidar com criptoativos é uma resposta à crescente popularidade das criptomoedas e à necessidade de um controle mais rígido sobre seu uso.

À medida que o mercado de criptoativos continua a crescer, a implementação desse sistema pode servir de modelo para outros países que buscam integrar criptoeconomias com seus sistemas judiciais.

O Brasil, com essa iniciativa, coloca-se na vanguarda da regulamentação de criptomoedas, abrindo caminho para um mercado mais transparente e confiável.

Conclusão

O acordo entre o CNJ e a ABCRIPTO para acelerar a apreensão de bitcoins e criptomoedas é um avanço significativo para o mercado brasileiro de criptoativos.

Com a criação do Sistema Brasileiro de Interligação do Mercado de Criptomoedas e a obrigatoriedade de cadastro das corretoras, o Judiciário poderá atuar de forma mais ágil e eficiente em processos que envolvam esses ativos.

Ao mesmo tempo, o mercado passa a operar sob uma regulamentação mais clara, aumentando a segurança para investidores e empresas do setor.

O futuro da criptoeconomia no Brasil será moldado por essas mudanças, que prometem fortalecer a integridade e a confiança no uso de criptomoedas no país.

As corretoras e empresas envolvidas no acordo entre o CNJ e a ABCRIPTO incluem:

  1. 1 a 1 Cripto
  2. Backed Finance AG
  3. Balcão BTC
  4. Banco Topázio
  5. Chiliz – HX Entertainment Limited
  6. Cainvest
  7. CipherTrace by MasterCard
  8. Itaú Unibanco Holding S.A.
  9. OKX Bahamas FinTech Company Limited
  10. 99 Pay
  11. Ambify
  12. Bitso
  13. BityBank
  14. Chainalysis
  15. Coinext
  16. Declare Cripto
  17. Deloitte
  18. Fire Blocks
  19. Foxbit
  20. GCB Investimentos
  21. KPMG Auditores Independentes Ltda
  22. Klever
  23. Liqi
  24. Loopipay
  25. Machado Meyer Advogados
  26. Mastercard
  27. Murano
  28. NovaDAX Brasil Pagamentos Ltda
  29. Núclea
  30. OWS
  31. Parfim
  32. PeerBr
  33. Ripio
  34. Ripple
  35. Taxbit
  36. Transfero
  37. Travelex Bank
  38. Urban Crypto Exchange
  39. VBSO Advogados
  40. Socios – Mediarex Enterprises Limited
  41. VDV Advogados
  42. Visa
  43. Zero Hash
  44. QR Tokenizadora
  45. Zro Bank
  46. Zuvio Digital Assets

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